Deputado denuncia: travestis aliciados na Paraíba são obrigados a fazer cirurgia artesanal antes de irem para Itália

10 outubro
O deputado Luiz Couto (PT-PB) ouviu nessa terça-feira (9), em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de pessoas no Brasil, o professor adjunto do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Sven Peterker, autor de um estudo sobre o tráfico de pessoas no estado.
 Segundo Couto, o professor afirmou que travestis são aliciados no interior da Paraíba e obrigados a fazer cirurgias de forma artesanal e insegura para depois viajarem para a Itália. “Ele registrou 15 vítimas nessa situação e uma morte em decorrência desse procedimento cirúrgico”, acrescentou.
 O parlamentar ressaltou que, no que diz respeito aos programas feitos pelos travestis, o docente informou que um travesti faz em média 15 programas por noite, movimentando aproximadamente 1.500 euros diariamente, e que se trabalhar 300 dias por ano totaliza cerca de 250 mil euros. “Peterker explicou que como já são 15 vítimas identificadas, o valor ultrapassaria 6 milhões de euros ano”, completou, salientando que o professor disse acreditar que mais de 30 pessoas já foram levadas à Europa.
 Luiz Couto narrou que, no diagnóstico, Peterker constatou que a exploração sexual de crianças e adolescentes, os trabalhos escravo nas fazendas e domésticos são crimes evidentes no estado e que têm relação com o comércio de pessoas, “sendo que a exploração sexual de menores aparece em maior número”.
 “No depoimento, o educador destacou que na Justiça da Paraíba não há condenação de processados por tráfico internacional de pessoas, enquanto que no vizinho Estado do Rio Grande do Norte existem, sim, casos de sentença condenatória”, relatou Luiz Couto.
 De acordo com o deputado, Peterker aprofundou-se na temática do tráfico de pessoas depois de averiguar que na Paraíba inexiste estudo sobre o assunto. “Ele começou a reunir dados divulgados de reportagens entre 2005 e 2011, sistematizando as formas do tráfico de pessoas, perfil das vitimas e aliciadores e o comportamento da justiça diante dos crimes”.
 Após acentuar que o depoimento reforça essa prática na Paraíba, Luiz Couto, que é vice-presidente da CPI, lamentou o fato de membros da família não perguntam de onde vem o dinheiro. “Muitos não querem nem saber o que seus familiares foram fazer em outros países”.
O parlamentar certificou que fará um requerimento para convidar o promotor de justiça Marinho Mendes, da Paraíba, para prestar depoimento acerca das denúncias de Sven Peterker.

Assessoria de Couto

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