Carta diz que Eliza Samudio saiu do país com nome falso

10 novembro
A defesa do goleiro Bruno Fernandes disse ao G1, na noite desta sexta-feira (9), que apura a veracidade de uma carta que denuncia que Eliza Samudio teria saído do país. De acordo com o advogado Rui Pimenta, a mensagem foi enviada por um presidiário. Segundo o defensor, o homem contou que a modelo mudou de nome, fugiu para a Bolívia e depois para a Europa.
Apesar de o escritório de Pimenta estar investigando a denúncia, o advogado admite que desconfia da história. "Confesso que, em princípio, não acredito nisso. Estou particularmente na pesquisa disso, eu não acredito que seja verdade, mas eu não vou ficar com essa dúvida. Pode ser que, ao procurar a mentira, eu encontre a verdade", declarou.
Rui Pimenta afirma que, semanalmente, recebe de três a quatro cartas sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, mas diz que esta chamou sua atenção. De acordo com advogado, o outro defensor que representa o goleiro Bruno, Francisco Simim, foi até Governador Valadares, no Leste de Minas, onde o autor da carta está detido. O G1 tentou entrar em contato com Simim, mas até a publicação desta reportagem, ele não havia sido encontrado.
Segundo Rui Pimenta, o remetente da carta diz ter sido casado com a mãe do goleiro Bruno. O jogador, entretanto, foi criado pela avó paterna, que, em depoimento em 2010, afirmou que o neto foi abandonado pela mãe ainda criança.
O defensor afirma que o presidiário disse que foi procurado por Eliza Samudio, em 2010. Na carta, o homem relata que ela queria sair do país, e, por isso, levou a modelo para Governador Valadares. Lá, Eliza Samudio teria conseguido documentos falsos, em nome de Olívia Lima Guimarães.
Na mensagem, o homem relata que a modelo foi para um país vizinho, onde conseguiu documento de permanência. Segundo Pimenta, este país é a Bolívia. O remetente diz ainda que, em junho de 2010, Eliza Samudio ficou sabendo que seu filho estaria vivendo na periferia de Belo Horizonte e voltou para o Brasil. Conforme Rui Pimenta, o homem contou, em conversa com o advogado Francisco Simim, que a modelo teria voltado para a Bolívia e, na sequência, ido para a Europa.
'Galhofa'
Na manhã desta sexta-feira (9), o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, responsável pelo caso, referiu-se a carta como "galhofa". "Tenho afirmado, na simetria da galhofa da defesa, que se Eliza hoje tem esse nome, só se fosse Olívia Palito".
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
Entenda as acusaçõesEm 19 de novembro, Bruno Fernandes e mais quatro réus serão julgados no Tribunal do Júri de Contagem.
O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e o outro primo do goleiro Bruno - Jorge Luiz Rosa - contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG).
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
G1

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