Justiça bloqueia bens de donos de boate.
Pedido da Defensoria Pública foi deferido em caráter de urgência. Ação tem o objetivo de garantir futuras indenizações a familiares.
Um dos donos da boate, Mauro Hoffmann é transferido ao presídio (Crédito: (Foto: Emerson Souza/Agência RBS))
A Justiça aceitou o pedido da Defensoria Pública do Rio
Grande do Sul e bloqueou os bens da empresa que gere a boate Kiss, onde
231 pessoas morreram em um incêndio na madrugada deste domingo (27). Os
proprietários do estabelecimento também tiveram os seus bens retidos. O
pedido, julgado em caráter de urgência, foi deferido na noite de
segunda-feira pelo juiz do fórum de Santa Maria, Afif Simões Neto.
Segundo a Defensoria, a ação tem o objetivo de garantir futuras indenizações a familiares da tragéria ocorrida em Santa Maria.
“O propósito é assegurar o direito das pessoas a terem garantida
futura indenização, de modo coletivo e igualitário a todos os
familiares das vítimas da tragédia”, disse o defensor público-geral do
Estado, Nilton Arnecke Maria, segundo a assessoria de imprensa.
Dois sócios
da casa noturna foram presos nesta segunda-feira. Elissandro Spohr,
conhecido como Kiko, foi detido em um hospital de Cruz Alta e está sob
custódia da polícia. Mauro Hoffmann também teve a prisão temporária
decretada pela Justiça por 5 dias e foi encaminhado ao Presídio de Santo
Antão, a cerca de 7 km do centro de Santa Maria.
Ainda na manhã de domingo, a Defensoria Pública gaúcha estabeleceu uma força-tarefa para atuar nos assuntos referentes ao incêndio. Segundo o órgão, familiares das vítimas podem receber orientações jurídicas e ter encaminhamento de documentos feito por defensores públicos.
Ainda na manhã de domingo, a Defensoria Pública gaúcha estabeleceu uma força-tarefa para atuar nos assuntos referentes ao incêndio. Segundo o órgão, familiares das vítimas podem receber orientações jurídicas e ter encaminhamento de documentos feito por defensores públicos.
Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a
apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores
para uma espécie de show pirotécnico.
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido
como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da
boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em
poucos minutos.
Quatro foram presos nesta segunda após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Quatro foram presos nesta segunda após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará
de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.
O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
Na manhã desta segunda, outros dois integrantes da banda falaram
sobre a tragédia. "Da minha parte, eu parei de tocar", disse o
guitarrista Rodrigo Lemos Martins, de 32 anos.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia, classificando como "uma "fatalidade".
A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
A presidente Dilma Rousseff visitou Santa Maria no domingo e decretou luto oficial de três dias.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do
Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de
funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
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