Contas de luz mais baratas chegam a partir de hoje
Consumidores terão desconto mínimo de 18% prometido pela presidente Dilma Rousseff, mas devem ficar atentos para uma segunda rodada de reajustes e revisões das distribuidoras de sua região, que podem mudar o valor da conta - para cima ou para baixo.
Conta de luz: descontos sobre o consumo variam entre 18% e 25,94%
(ABR)
Após exatos trinta dias da data de publicação, pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), dos reajustes no preço da energia elétrica,
começam a chegar, nesta segunda-feira, as primeiras contas de luz com
seus respectivos descontos, que variam entre 18% e 25,94%, conforme a distribuidora de energia de cada região. Todos os consumidores terão suas tarifas reajustadas para baixo neste mês.
Apesar de o desconto do governo ter sido oficializado em 24 de janeiro,
as datas de leitura dos relógios são distribuídas ao longo do mês e,
por isso, a redução do preço da energia elétrica só será percebida
integralmente pelo consumidor após um ciclo completo de cobrança com as
novas tarifas, que dura 30 dias. Ou seja, desde o dia 24 de janeiro até o
dia 23 de fevereiro, dependendo da data de vencimento da conta, parte
do consumo utilizava a tarifa antiga e outra parte a nova tarifa,
reduzida. A partir de agora, só a tarifa nova será válida.
Alerta - Contudo, conforme alertou o site de VEJA em janeiro,
alguns consumidores poderão ter cortes menores (ou maiores) do que os
anunciados pelo governo. Isso ocorre porque ainda está prevista dentro
do calendário habitual da Aneel uma segunda rodada de reajustes de
preços cobrados aos consumidores pelas distribuidoras.
A confusão em relação ao desconto de tarifas acontece porque as 63
distribuidoras de energia do país devem reajustar suas tarifas
anualmente. Ao longo de todo o ano, as companhias recalculam seus gastos
e economias no período e pedem uma revisão ou reajuste tarifário para a
Aneel. Essas alterações serão repassadas ao consumidor brasileiro como
uma segunda rodada de mudanças na conta.
Seus cálculos abrangem melhorias operacionais, mensuração da inflação
que sofreu no período, aumento do custo dos Encargos de Serviços do
Sistema (ESS), dos encargos de transmissão e setoriais e dos gastos que
as distribuidoras tiveram com compra de energia - em especial a elevação do custo variável em função do aumento da geração térmica. As
diferenças entre uma revisão e um reajuste são: a periodicidade, pois o
primeiro acontece a cada quatro anos e o segundo é anual; e a
complexidade dos cálculos, já que a revisão tarifária é mais completa
que o reajuste.
Os reajustes previstos incidirão na conta de luz, já descontado o corte
decretado pela presidente. Os primeiros desses reajustes já foram
aprovados em 3 de fevereiro e poderão ser vistos por completo na conta
um mês depois, a partir de 3 de março.
A segunda rodada de reajustes pode tanto aumentar o desconto dado pelo
governo, como diminuí-lo, como é o caso dos clientes das distribuidoras
Companhia Jaguari de Energia (CPFL Jaguari), que terão um segundo
desconto de mais 4,29%, e da Companhia Luz e Força Santa Cruz (CPFL
Santa Cruz), que terão cortes de 8,77% além do que já havia sido
anunciado pela presidente. Contudo, são poucos os casos em que tais
reajustes se converterão em uma conta mais barata. Se a Aneel acatar
todos os pedidos de reajuste das distribuidoras, o desconto da
presidente ficará menor na maior parte das casas brasileiras.
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