Jovem é torturada e feita refém em Guarabira
Jovem é torturada e feita refém dentro de carro por mais de 5 horas em Guarabira
O registro de um seqüestro ocorrido em Guarabira foi levado ao
conhecimento da região na manhã desta segunda-feira (25), através da
Rádio Constelação FM, em matéria feita pelo repórter Zé Roberto. Uma
adolescente de 17 anos, contou que foi apanhada a força no centro da
cidade e colocada num carro, ficando refém de dois homens pó mais de 5
horas.
De acordo da jovem, identificada por Jéssica, moradora da cidade de
Logradouro, na região do Agreste, ela veio à Guarabira no último dia 14
de fevereiro a uma clínica de odontologia para fazer manutenção em
aparelho odontológico que usa. Somente no dia de ontem o caso foi levado
ao conhecimento da impresna. Depois que saiu da clínica, por volta das
14h30min, a adolescente saiu para esperar o transporte. Quando ela
passava nas imediações do Colégio Geo Santo Antônio um carro modelo Fiat
Uno, de cor vinho, parou do seu lado e um homem abriu a porta e pediu
que ela entrasse no carro.
“Eu estava andando e o carro parou. Um home disse: Juliana, entre aqui
no carro! Eu fiquei sem entender aqui e ele me pichou pelo braço para
dentro do carro. Tinha um dirigindo e dando às ordens para o que estava
no banco de trás, armado com um revólver e me ameaçando de morte,
batendo no meu rosto. Eles ficaram andando comigo por vários locais de
Gurabira, nós passamos por um canal várias vezes e eles me pediam que eu
desse o número do telefone do meu pai e depois me diziam que iriam me
matar e jogar no Buraco de Afonso”, contou a adolescente.
Segundo a jovem o telefone celular dela estava descarregado e ele não
tinha como ver o número do pai. Ela dizia para os marginais que seu nome
não era Juliana e sim Jéssica, mas eles não acreditavam e agrediam ela
com tapas e coronhada na cocha. “Eu não estava mais suportando aquela
tortura e em dado momento eu perguntei se eles não tinham filho, eu
dizia que tinha uma filha para criar e perguntei se eles não tinham
coração. Foi aí que um deles ficou nervoso e deu uma coronhada de
revólver na minha cocha. O da frente mandava me matar e eu pedi pra eles
me matar porque eu não agüentava mais tanto sofrimento”, disse
chorando.
Jéssica ficou por mais de cinco horas em poder dos marginais andando
pela cidade. “A gente passou perto do Armazém Paraíba e eu gritei
pedindo socorro, mas ninguém ouvia nem me via porque o vidro do carro
era fumê. Quando já estava escuro, eu me lembrei do carnê do dentista e
disse que eles podiam olhar no carnê e iriam ver que meu nome não era
Juliana. Com um tempo depois ele pegou o carnê e viu que eu estava
falando a verdade. Com muito tempo eles pararam o carro e me empurram
para fora. Eu caí e fechei os olhos esperando a bala, mas ouvi a parta
do carro batendo e os pneus cantando”, relatou na entrevista.
Atordoada, Jéssica contou que saiu vagando pelas ruas, já por volta das
7 da noite, sem saber onde estava e sem forças para falar e pedir
ajuda. “Eu não tinha forças pra falar. Eu tava andando e vi alguns
meninos e consegui falar e pedir água. Eles perguntaram o que estava
acontecendo e eu disse que havia sido assaltada. Um rapaz chamou a tia
dele que estava na calçada, que foi um anjo na minha vida. Ela pediu que
eu ficasse calma, cuidou de mim, chamou o irmão dela que é investigador
e ele me levou na delegacia”, disse a jovem.
A polícia ainda não conseguiu identificar os marginais que seqüestraram
a adolescente. O repórter Zé Roberto disse que teve dificuldades de
fazer a matéria porque Jéssica está traumatizada e foi preciso pessoas
próximas dela confirmar a identidade dele para que o trabalho fosse
feito. Ela não sai sozinha de casa e disse que não quer voltar mais a
Guarabira. Portal Independente
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