Edir Macedo publica crítica à JMJ
Bispo Edir Macedo publica crítica à JMJ e diz que tradição católica não tem base bíblica.
O bispo Edir
Macedo publicou um artigo intitulado "Atalho para o Céu" em seu site,
com críticas veementes à realização da Jornada Mundial da Juventude
(JMJ) e à concessão de indulgências plenárias pelo papa Francisco
através da internet, para os participantes do evento.
"Trocando em miúdos, quem acompanhar a Jornada online 'com a devida
devoção' garante a impunidade… Assassinos, mentirosos, adúlteros e
pedófilos devem estar bem felizes com a notícia. Mas sinto
desapontá-los… Vocês estão sendo enganados", diz o texto, que foi
assinado pela jornalista Vanessa Lampert.
As críticas de Edir Macedo à Igreja Católica são antigas e incisivas.
Neste texto, publicado no última segunda feira, 22 de julho, a liturgia
da denominação liderada pelo papa Francisco é atacada frontalmente pela
jornalista.
"Na tradição católica (sem base bíblica alguma), os 'méritos' dos santos
podem ser distribuídos pelo papa através de indulgências, para que as
pessoas sejam salvas pelos méritos alheios. A confissão eliminaria a
culpa, mas somente uma indulgência seria capaz de eliminar a punição por
um pecado cometido. Mesmo arrependido e perdoado, o cidadão ainda
poderia ir para o 'purgatório' ou mesmo para o inferno, pois lhe foi
perdoada a culpa, mas continua a ter de pagar a pena, seja aqui na Terra
ou no além!", critica.
As indulgências, no passado, foram o estopim para a Reforma Protestante,
e Macedo cita em seu artigo que a iniciativa do papa Leão X visava
apenas "convencer os fiéis a contribuir financeiramente para construir a
Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 1517".
"Quem não quer um atalhozinho para o céu? O caminho largo, sem grande
esforço… Meia dúzia de rituais religiosos e uma contribuição para os
cofres do Vaticano eram suficientes para alcançar a salvação", diz o
texto, que completa: "Essa prática levou Lutero a dar início à reforma
protestante, depois, a prática da venda de indulgências foi proibida.
Porém, agora, ela está de volta, com nova cara, antenada com a
modernidade! No mundo em que ter seguidores no Twitter e estar entre os
Trending Topics é importantíssimo para qualquer empresa ou evento, a
nova moeda é a popularidade", ironiza.
Para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, o Vaticano estaria
"trocando tickets rápidos para salvação por participação online na
Jornada", e assim, garantindo que evento tenha "o sucesso que a
propaganda na mídia promete".
O ataque ácido e duro à Igreja Católica ainda menciona as polêmicas
relacionadas aos crimes de pedofilia: "Talvez por isso os padres
pedófilos não costumam ser punidos pela igreja (apenas transferidos para
outras paróquias, onde podem fazer novas vítimas). Agora está ainda
mais fácil, podem acompanhar pela internet os eventos que dão uma
indulgência de brinde! [...] Igreja nenhuma tem poder para perdoar
pecados ou mesmo para negociar um lugarzinho no céu. O engraçado é que é
disso que eles nos acusam há 36 anos: 'vender um lugarzinho no céu'",
frisa.
No artigo, por fim, há uma crítica aos governantes, pelo uso de
dinheiropúblico na recepção ao papa Francisco e na organização da JMJ:
"Em um Estado que se diz laico, mais de trezentos milhões serão gastos
com o evento. Recentemente, as pessoas saíram às ruas para protestar
contra o mau uso do dinheiro público e o Vaticano não vê problema algum
em deixar que o Brasil arque com a maior parte dos custos da viagem do
papa… Afinal de contas, o Vaticano é tão pobrezinho…".
GNotícias
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