MP responsabiliza quatro bombeiros por falhas na Kiss.
Ministério Público responsabiliza quatro bombeiros por falhas na boate Kiss.
Após cinco meses de investigação, o Ministério Público do Rio Grande
do Sul concluiu inquérito sobre irregularidades na concessão do alvará
da boate Kiss. O MP investigou o alvará emitido pelo Corpo de Bombeiros
em 2009 e o da prefeitura, de 2010.
O Ministério Público
responsabilizou quatro bombeiros por falhas na emissão de licenças e
alvarás para o funcionamento da boate Kiss. Os bombeiros - os
ex-comandantes Altair de Freitas Cunha e Moisés da Silva Fuchs, o major
Daniel da Silva Adriano e o capitão Alex da Silva Camilo - serão
indiciados por improbidade administrativa. Em tese, eles podem ser
condenados a perder funções públicas e ao pagamento de multa.
A
investigação não encontrou irregularidades na atuação do prefeito de
Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), e também isentou os servidores da
prefeitura. No entanto, fez recomendações para a prefeitura, em especial
sobre a falta de comunicação entre as secretarias. Segundo o inquérito,
houve falta de comunicação entre duas secretarias envolvidas.
AGU entra na Justiça contra sócios da Kiss
A
Advocacia-Geral da União (AGU) também ajuízou uma ação sobre o caso
nesta segunda-feira, mas contra os sócios da boate Kiss. A AGU pede R$
1,516 milhão de ressarcimento, por pagamentos feitos e futuros, de
benefícios previdenciários a 17 funcionários e terceirizados ou
dependentes que trabalhavam na casa noturna na noite da tragédia que
matou 242 pessoas em janeiro.
Em nota, a AGU afirmou que "o pedido
de indenização decorre da negligência do estabelecimento em relação às
normas de proteção e saúde dos empregados em razão do descumprimento da
legislação de prevenção e segurança do trabalho". Também cita que o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já desembolsou R$ 68 mil com
pensões por morte e auxílio-doença previdenciário concedidos aos
funcionários e dependentes.
De acordo com o procurador-geral
federal Marcelo Siqueira, as ações têm a função de assegurar que a
Previdência, sustentada por todos os trabalhadores, não arque com custos
causados por culpa de empresários, e também um caráter pedagógico, de
mostrar que os responsáveis por um estabelecimento aberto ao público
respondem pela segurança dos frequentadores.
A tragédia
O
incêndio da boate Kiss aconteceu em 27 de janeiro e, segundo
investigação da Polícia Civil, foi provocada pela fagulha de um artefato
pirotécnico que chegou ao teto da casa noturna e queimou rapidamente a
espuma do sistema de isolamento acústico. A fumaça tóxica matou por
asfixia a maioria das vítimas, que não tiveram tempo de chegar à rua por
falta de saídas alternativas à porta principal. Dois sócios da boate,
os empresários Mauro Londero Hofmann e Elissandro Spohr, e dois
integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão
e Marcelo de Jesus dos Santos, são réus de processo criminal que
tramita na Justiça de Santa Maria.
Época
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