Papa reúne um milhão de fiéis em Copacabana
Papa reúne um milhão de fiéis em Copacabana, diz organização. Na cerimônia, Papa Francisco citou seus antecessores, João Paulo II e Bento XVI e pediu um minuto de silêncio em homenagem à estudante Sophie Morinière.
Cerca de um milhão de pessoas estiveram
presentes na praia de Copacabana nesta quinta-feira (25) para acompanhar
o Papa Francisco na Cerimônia de Acolhida. O número foi divulgado pelo
porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi.
Segundo ele, a acolhida foi um momento
“de grande emoção”. Na cerimônia, Papa Francisco citou seus
antecessores, João Paulo II e Bento XVI e pediu um minuto de silêncio em
homenagem à estudante Sophie Morinière, que morreu em um acidente na
Guiana Francesa em um acidente de um ônibus de peregrinos que vinham
para a Jornada Mundial da Juventude na última quarta (17).
“Sempre ouvi dizer que o carioca não
gosta de frio e de chuva. A fé de vocês é mais forte que o frio e a
chuva. Parabéns!”, disse o Papa, que foi aplaudido. Ele também assistiu à
apresentação com a participação da cantora Fafá de Belém, que beijou as
mãos do pontífice.
“Bote fé, bote esperança e bote amor”, disse também Papa Francisco durante uma homilia.
Chuva
A chuva prejudicou parte dos eventos
previstos com a presença do Papa Francisco no Rio de Janeiro. A missa e a
vigília previstas para ocorrerem no Campo da Fé, Zona Oeste, tiveram de
ser transferidas para Copacabana. Mas o frio e a chuva não espantaram
os fiéis durante o quarto dia de permanência do pontífice no país.
Francisco visitou a comunidade de Varginha, em Manguinhos, entrou na
casa de alguns moradores e falou sobre corrupção e fé em discursos aos
peregrinos. Em Copacabana, tomou mate de uma cuia e trocou de solidéu.
“A fé de vocês é mais forte que o frio e a chuva”, disse Francisco.
Em sua chegada a Varginha pela manhã, o
Papa Franciso recebeu um colar com as cores do Brasil, que ele vestiu
sobre suas vestes sacerdotais. Antes de discursar em um campo de
futebol, ele ainda visitou uma família da comunidade, permanecendo cerca
de 10 minutos dentro da casa.
“Eu falei: seja bem vindo Papa
Francisco, a casa é sua. Ele respondeu que temos uma família linda e que
já nos amava antes nos conhecer”, contou a dona de casa Maria da Penha
dos Santos, uma das moradoras que recebeu o Papa na casa de número 81 na
comunidade.
Francisco falou sobre corrupção em
discurso na comunidade e pediu aos jovens que “nunca desanimem, não
percam a confiança, não deixem que se apague a esperança” frente as
“notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o
bem comum, procuram o seu próprio benefício”.
“A realidade pode mudar, o homem pode
mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se
acostumarem ao mal, mas a vencê-lo”, afirmou o pontífice.
Por volta das 17h30, Francisco chegou de
helicóptero ao Forte de Copacabana e, de papamóvel, percorreu o trajeto
do Posto 6 até o Leme.
Pelas ruas de Copacabana, o papa chegou a
trocar seu solidéu branco por um oferecido por um peregrino e tomou um
chimarrão esticado a ele por um dos fiéis ao papamóvel. Sempre
sorridente, o Papa acenou e beijou crianças pelo caminho.
Mais cedo, o Papa também recebeu uma
camisa da seleção brasileira de presente e abençoou esportistas em
cerimônia fechada no Palácio da Cidade, na Zona Sul. Ele recebeu uma
camisa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) das mãos do presidente da
entidade, Carlos Arthur Nuzman, e deu a bênção a atletas como o
ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, que luta contra um câncer no
cérebro.
A missa de encerramento da Jornada
Mundial da Juventude que estava prevista para domingo (28) no Campo da
Fé, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, foi transferida para a Praia de
Copacabana, na Zona Sul.
A vigília que ocorreria no sábado também
mudou de lugar. Segundo o Comitê Organizador da JMJ, o mau tempo tornou
a realização impraticável, já que o local amanheceu tomado por lama
nesta quinta (25). A informação foi confirmada pelo arcebispo do Rio,
dom Orani Tempesta.
25/7 – Papa Francisco ganhou de uma
freira o colar com as cores da bandeira do Brasil. (Foto: Luca
Zennaro/AFP)Papa Francisco ganhou de uma freira o colar com
as cores da bandeira do Brasil
(Foto: Luca Zennaro/AFP)
‘Mundo mais justo e mais solidário’
Francisco afirmou ainda que os
brasileiros podem “dar para o mundo uma grande lição de solidariedade” e
pediu “aos que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas
as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social” que “não
se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário”.
“Quero encorajar os esforços que a
sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu
corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à
fome e à miséria. Nenhum esforço de ‘pacificação’ será duradouro, não
haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à
margem, que abandona na periferia parte de si mesma”, disse.
‘Somos pobres, pequenos, esquecidos’
Francisco ouviu com atenção o discurso
de boas vindas de um jovem de Varginha, que disse que a visita à
comunidade marcará a vida de todos os moradores. “A sua vida, Pai
Francisco, nos levou à mídia nacional e internacional”, afirmou o jovem,
“mas desta vez não nas páginas policiais”. Ele lembrou que, depois do
anúncio de que o Papa visitaria Varginha, ruas foram asfaltadas,
lixeiras foram melhor distribuídas e outras melhorias foram feitas.
“Esperamos que isso continue”, disse ele. “Somos pobres, pequenos,
esquecidos”, afirmou o jovem da comunidade.
Fonte: G1
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