Justiça acata recurso da Telesfree.
Justiça do Acre acata Recurso Especial da Telexfree. Processo agora será analisado pelo STJ: por Michele Marques
Nessa
segunda-feira (14), o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) aceitou um
Recurso Especial movido pela empresa Ympactus Comercial (Telexfree)
contra a suspensão dos pagamentos e novas adesões a plataforma em todo o
país. Processo agora será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça.
A
desembargadora Cezarinete Angelim, vice-presidente do TJ-AC, acatou o
argumento apresentado pela empresa, conforme aponta a defesa, a
suspensão dos pagamentos e novas adesões não poderia valer para todo o
país, apenas para o estado do Acre.
O artigo
citado tanto pela defesa quanto pela desembargadora em sua decisão,
prevê que “a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites
da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for
julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova”.
A
desembargadora também aceitou o questionamento em relação à legitimidade
do MP-AC para mover a Ação Civil Pública. No último dia 4 de outubro, a
juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível de Rio Branco, afastou relação de
consumo entre os divulgadores da Telexfree e a empresa.
O
representante da Ympactus afirma que por não se tratar de relação de
consumo, a Promotoria não tem legitimidade para mover a ação.
Histórico
O
imbróglio judicial começou no último mês de junho, quando a 2ª Vara
Cível de Rio Branco suspendeu pagamentos e novas adesões da Telexfree,
em decisão válida em todo país, sob pena de multa de R$ 500 mil.
O negócio se apresenta como uma plataforma de divulgação e venda de pacotes de telefonia pela internet (Voip ). Segundo a denúncia do Ministério Público do Acre, não há venda real de produtos e o esquema se sustenta com dinheiro
de novos participantes, caracterizando uma pirâmide financeira, o que é
proibido. A empresa nega a ilegalidade e afirma que suas atividades não
configuram pirâmide financeira, mas “marketing de rede”.
Com
ativos bloqueados pela Justiça do Acre desde junho, a Ympactus entrou
com pedido de recuperação judicial em 19 de setembro na Vara de
Recuperação Empresarial e Falência de Vitória, onde a empresa está
sediada. O pedido foi negado pelo juiz Bráz Aristóteles dos Reis em 23
de setembro.
Nenhum comentário: