Morreu aos 92 anos o ator Jorge Dória no RJ.
Morreu, aos 92 anos, o ator Jorge Dória, na tarde desta quarta-feira (6). Ele estava internado desde 27 de setembro, no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Barra D´Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ele morreu após complicações cardiorrespiratórias e renais.
O corpo do
ator será cremado nesta quinta-feira (7), no Memorial do Carmo, no Caju,
Zona Portuária do Rio. O velório, na Capela 1, começa na quinta, de
acordo com informações do cemitério. Fileto Pires Ferreira, de 95 anos, é
o único irmão vivo. Ele tinha uma outra irmã já falecida. "Lamentamos
muito. Ele deixa uma lembrança cheia de vida e inteligência", disse
Fileto. Fernando Gasparin, cunhado do ator, lembrou a lado alegre de
Dória. "Ele fazia o trágico virar cômico", recordou Gasparin.
Em 2005, Jorge
Dória se afastou dos palcos e da TV por problemas de saúde, decorrentes
de um acidente vascular cerebral. Seu último papel foi no humorístico
“Zorra Total”, da TV Globo.
Início nos
anos 1940 - Dória iniciou sua carreira artística na década de 40. De
acordo com o depoimento que deu ao Memória Globo, em 2002, sua estreia
no cinema foi no melodrama “Mãe”, de 1947, do radialista Teófilo Barros.
Com uma carreira que inclui mais de 80 participações em filmes, teatro,
novelas e seriados, o ator se destacou na comédia, na primeira montagem
de “A gaiola das loucas”, de 1974, baseado no texto do autor francês
Jean Poiret. Na TV, o ator teve destaque em 1970, na extinta TV Tupi.
Três anos depois fez sua estreia na TV Globo na primeira versão da “A
grande família”, interpretando o funcionário público Lineu, atualmente
vivido por Marco Nanini.
Homenagem
exibida pelo programa “Vídeo Show”, em 2010, mostrou que Dória foi o
Ambrósio de “O noviço”, seu primeiro personagem em novelas na Globo, em
1975. Em 1978, foi o protagonista de “O pulo do gato” Era o playboy
decadente e mulherengo Bubi Mariano, famoso por frases como “Marilyn
Monroe, saímos algumas vezes”.
Em 1990, fez
“Meu bem meu mal”. Outro personagem marcante foi o Conselheiro Vanoli,
da novela “Que rei sou eu?”, de 1989 . A interpretação lhe rendeu o
prêmio de melhor ator pela Associação Paulista de Críticos de Arte
(APCA). Dória participou das novelas “Deus nos acuda”, “Era uma vez”,
“Olho no olho”, “Zazá” e “Suave veneno”. Por conta da fama de se dar bem
em comédias, foi convidado para participações especiais nos seriados
“Sai de baixo” (1998) e “Os normais” (2001), quando viveu o pai de Rui
(Luiz Fernando Guimarães).
No "Zorra
Total" interpretava Maurição, pai machista de Alfredinho (Lúcio Mauro
Filho). Seu bordão era “Mas onde foi que eu errei?”, em alusão ao fato
de o filho se vestir de mulher, chamá-lo de “papi” e usar gírias faladas
por gays.
Teatro e
cinema - No teatro, teve destaque em “Procura-se uma Rosa”, na década de
60. A peça era escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio
Gill, com direção de Léo Jusi. Nos anos 70, ficou conhecido por produzir
suas peças (como “Freud explica, explica” e “O senhor é quem?”).
A década
seguinte no teatro foi marcada por parcerias com o diretor Domingos de
Oliveira. Juntos, fizeram “Escola de mulheres” (1984), "A morte do
caixeiro viajante" (1986) e "Os prazeres da vida segundo Jorge Dória".
Estrelou também “Belas figuras” (1983), de Ziraldo, e “A presidenta”
(1988).
A carreira no cinema
foi além de sua estreia em 1947. No ano seguinte, trabalhou em
"Inconfidência mineira", dirigido por Carmen Santos. A filmografia de
Dória tem ainda longas como “O homem do ano” (2003), “Traição” (1998),
“A dama do Cine Shanghai” (1987), “Pedro Mico” (1985), “O sequestro”
(1981), “Perdoa-me por me traíres (1980), “Assim era a pornanchanchada”
(1978), “As secretárias... que fazem de tudo” (1975), entre outros. Em
“A dama do lotação” (1978), viveu Dr. Alexandre, sogro de Solange (Sônia
Braga), casada com Carlos (Nuno Leal Maia).
G1
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