Mais um partido dá sinais de não apoiar Dilma.
BRASÍLIA E SÃO PAULO - Depois do PR e do PP, agora quem ameaça não
apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff é o PRB. Segundo o presidente
nacional do partido, Marcos Pereira, a executiva do PRB está furiosa com a ação
do Planalto no sentido de tirar o PROS da aliança com o candidato a governador
do Rio pelo partido, Marcelo Crivella, para reforçar a candidatura de
Garotinho. Nesta quinta-feira, Pereira reuniu-se com o presidente nacional do
PT, Rui Falcão, só que não houve entendimento entre as partes. A convenção
nacional do PRB seria realizada nesta sexta, mas, em função desse episódio, foi
remarcada para a próxima segunda-feira.
- O Planalto tirou o PROS do Crivela e isso não é
justo. Logo o Crivela que foi um dos senadores mais fiéis ao governo. Por isso,
o próprio Crivela, a Executiva do partido, todos querem rever até mesmo o apoio
à reeleição da presidente — disse Marcos Pereira, após o encontro com Rui
Falcão.
Ele nega que entre as negociações esteja a
possibilidade do senador Crivela poder ser lançado como candidato a vice do
petista Lindberg Farias.
— Esquece essa possibilidade. Crivela será lançado
candidato a governador neste domingo à tarde, no clube do Olaria, no Rio. Não
tem como rever isso — garantiu Pereira.
PCdoB AMEAÇA SAIR DA CHAPA DE PADILHA EM SP
Outro conflito para ser resolvido pelo PT envolve o
PCdoB. O partido realiza sua convenção nacional nesta sexta-feira, em apoio à
reeleição de Dilma, descontente com o aliado. Os comunistas levaram na semana
passada ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, uma lista de problemas
entre PT e PCdoB nos estados, pedindo que o governo entre em campo para
resolver. Há questões no Ceará, em São Paulo, no Maranhão, em Sergipe e no
Paraná.
O principal deles: o senador Inácio Arruda
(PCdoB-CE), candidato natural à reeleição, segundo dirigentes da legenda, foi
rifado pelos petistas cearenses. Em vez de apoiá-lo, lançaram o deputado José
Guimarães (PT) à vaga, criando um impasse, pois Arruda ficou sem chapa para
concorrer.
O PCdoB pediu também ao governo para intervir em
São Paulo, sob o risco de acabar desembarcando da candidatura de Alexandre
Padilha (PT) para apoiar o peemedebista Paulo Skaf. O PMDB ofereceu a vaga ao
Senado a Netinho de Paula (PCdoB), que na eleição de 2010 por pouco não se
elegeu.
Preterido em 2010 e novamente agora pelo PT, o
candidato da legenda ao governo do Maranhão, Flávio Dino, não reclamará apoio.
Mas a aliança imposta pela direção nacional com o grupo do senador José Sarney
(PMDB) consta do rol de reclamações. Os comunistas também foram deixados de
fora das chapas majoritárias do PT em Sergipe e no Paraná.
Os comunistas dizem que não criarão nenhum constrangimento
à presidente Dilma, que deverá comparecer à convenção nesta sexta-feira, mas
cobrarão Mercadante sobre os pleitos e dirão que a relação com o PT está muito
ruim.
Jornal o Globo
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