PT X PMDB: Luiz Couto acusa Cunha de manobra macabra para aprovar PEC da Maioridade
O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) fez duras
críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por sua condução em
relação à sessão que aprovou, na madrugada de 2 de junho, a redução da
maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos (estupro,
sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e outros), homicídio doloso e
lesão corporal seguida de morte.
O deputado paraibano, autor do relatório da PEC no
âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), disse que houve uma
"manobra de desrespeito, macabra e um jogo de poderes e interesses
obscuros" para promover a nova votação um dia depois da proposta ter sido
derrotada em plenário.
"O que Eduardo Cunha fez foi rasgar a
Constituição, conforme seu artigo 60, quando não respeitou este artigo e votou
novamente no outro dia a mesma matéria, convocando uma nova Sessão. É
exatamente isso que o mesmo conluio quer fazer com as eleições legítimas e
presidenciais, arquitetar um golpe, mentir, ludibriar e desferir punhaladas de
factóides ao nosso governo", comentou o deputado paraibano.
Segundo Couto, a redução da maioridade não é uma
solução mágica para combater a violência. "Não adianta termos leis que
jamais são ou serão cumpridas como é a prática no Brasil. Menos de 3% dos
crimes são esclarecidos e seus autores processados. A reincidência no sistema
prisional brasileiro passa de 70%", ponderou Couto.
Finalmente, Luiz Couto enfatizou que a redução da
maioridade faria com que os adolescentes infratores deixassem de ser mantidos
em instituições sócio-educativas para serem confinados em presídios comuns:
"A recuperação desse infrator seria viável? Com certeza, não. Na verdade,
estar-se-ia piorando essa criatura, porque as unidades prisionais hoje não
oferecem condições mínimas para recuperar ninguém, além de estarem dominadas
pelo crime organizado. Estaríamos investindo em quadros para criminalidade e
não na recuperação de jovens infratores para o convívio social. Torna-se
prioritário, portanto, que as unidades de internação de adolescentes sejam
eficazes, dando-lhes oportunidades de crescer e evoluir como cidadãos e, não,
como criminosos".
Ascom
Nenhum comentário: