CRIADO PARA AMERICANAS, BIQUÍNI ‘LEVANTA BUMBUM’ GANHA AS BRASILEIRAS

11 janeiro
Começou com famosas estampadas em sites de celebridades. Causou algum estranhamento no começo, mas se espalhou e caiu no gosto – quase – geral. Agora, se cumprir o que promete ao se popularizar, um pequenino pedaço de pano fará deste o “verão do bumbum empinado”.
Lojistas e até vendedores de praia no litoral norte – espécie de termômetros da popularização da peça – são unânimes: o biquíni “levanta bumbum” é, de longe, o mais procurado neste ano.
Ao que parece as peças maiores que chegaram com força nos últimos verões ficaram mesmo para trás. A hora agora é do também conhecido por “empina bumbum”, “coração”, “borboleta” ou “ripple”, o nome original (ondulação, em inglês).
“Ai, mais isso é tão 2012”, dirá a leitora/banhista mais antenada nas oscilações da moda verão. E é mesmo. Mas também será “tão 2016”, logo, logo. “Algumas tendências demoram um pouco para ser tornarem populares”, diz Paula Hermanny, designer e criadora do “ripple”.
O efeito que lhe confere tamanha aceitação é conseguido com uma costura na parte de trás, bem no meio da calcinha, que deixa o tecido franzido, e também pelas laterais onduladas, responsáveis por criar a impressão “up and away” (“para o alto e avante”) do modelo.
“Por ser uma peça que veste muito bem e valoriza o corpo da mulher, se popularizou”, diz Paula, cuja marca de biquínis, a Vix, bombou tanto a ponto de conquistar famosas como Jennifer Aniston, Kate Moss, a duquesa de Cambridge Kate Middleton e sua irmã Pippa.
Desnecessário dizer qual a importância da promessa. “Claro que o bumbum [empinado] é muito mais importante que ter peito grande para a brasileira”, diz a estudante Telma Teixeira, 21, referindo-se à inversão de prioridades em relação a países como os Estados Unidos –e que aderiu ao modelo neste ano.
Americanas
Engraçado, porém, que criado por uma brasileira, esse modelo de biquíni tenha primeiro conquistado justamente elas, as americanas.
“Criei em 2009 para o mercado dos EUA. Foi inspirado nas modelagens de lingerie que não marcam o bumbum. Pensei: ‘por que não criar um biquíni com características de lingerie?’”, afirma Paula.
“Não faz milagre, mas que ajuda, isso ajuda”, diz Marina Lopes, 35, vendedora de biquínis nas areias de Maresias, em São Sebastião (SP).
Nas lojas, o modelo disponível em diversas marcas pode chegar a até cerca de R$ 300. Ali, com Marina, sai mais em conta, R$ 70.
Do extenso mostruário exposto em uma arara, que ela carrega pela praia, nada chama mais atenção. Os que mais têm se aproximado são de crochê e os de tricô, diz Marina.
Telma usa os três.
Mas e para quem – como a estudante – não precisa ou não quer levantar nada?
“O mais importante é se sentir bem, usando ou não. O corpo é seu”, diz uma adolescente que prefere outros biquínis mais tradicionais.
Paula, a criadora, garante que a modelagem favorece a todos os tipos de silhueta. Já Marina responde rápido como toda boa vendedora: “Não tem problema, de qualquer jeito vai cair bem”, afirma, tentando convencer uma cliente.

Folha Press

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