Mulher vira meme após posar em lugares altos para divertir filhos com doença rara

30 junho

Há um ano, a agricultora Josefa Dias da Costa, de 35 anos, dava os primeiros passos para se tornar um dos memes mais populares do Nordeste do país. A mãe de Waniga, de 16 anos, Weliga, 14, Eclitson, 12, e Eglilson, 4, passou a escolher locais inusitados, como o alto de escadas, morros e muros, para fazer com que os filhos tivessem uma pausa na dura rotina que enfrentam na cidadezinha de Serra de São Bento, a 128 km de Natal, no Rio Grande do Norte. As gargalhadas do grupo soam como um alívio também para o coração aflito de Josefa, preocupada com a saúde dos dois meninos mais novos: eles sofrem de distrofia muscular de Duchenne, uma doença degenerativa que, como a própria mãe explica, com a voz doída, que pode levá-los à cadeira de roda e reduzir sua expectativa de vida aos 20 anos de idade.
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Josefa e o filho Eclitson vão para Natal duas vezes por semana para tratamento (Foto: Facebook / Reprodução)

Os registros foram parar no perfil de Facebook de Josefa, onde aparece como Graciane Dias, e no Youtube, e divertem milhares de internautas, tornando-se notícia na imprensa local. Embalada pelo sucesso a produção segue de vento e popa, as imagens logo ganharam mais um objetivo, o de conseguir chamar atenção para a doença dos filhos e comover pessoas que podem ajudar a família com despesas e tratamentos:
“Tem tanta gente boa nesse mundo, né? Quem sabe alguém não me vê e decide ajudar meus filhos a realizarem seus sonhos. Hoje, os médicos não se importam muito com os meninos, acham que é remar em vão, mas para mim e para Deus, não é em vão”, diz a mãe, enquanto destaca a evolução da doença de Eclitson: “Os pézinhos dele já estão tortos de novo, mesmo depois que ele passou por uma cirurgia. Ele já parou de andar e voltou depois que fiz uma promessa”, conta Josefa.
A mãe relata que os primeiros sintomas começaram a aparecer quando o menino tinha 5 anos mas, sem conhecimento ou estrutura, o tratamento começou aos 7, com duas viagens semanais à capital para sessões de fisioterapia. O mais novo, também diagnosticado, já recebe medicamento preventivo, mas ainda não apresenta sinais do Duchenne. Somados, os remédios usados pelos meninos gera um custo de R$ 200.


“Meu filho anda com dificuldade, não sobe escada e cai muito. Ver isso é muito duro para mim, então preciso procurar algo para nos divertir. O objetivo é fazer meus filhos felizes, e acabei descobrindo que uma coisa que faz bem a eles também pode nos ajudar a realizar os nossos sonhos, como o de ter uma casinha própria com uma plaquinha “Cantinho do Eclitson e do Eglilson”, em homenagem a eles”, revela Josefa.
A dificuldade financeira é, para Josefa, o segundo maior problema da família, que vive de agricultura de subsistência de feijão, milho, fava, jerimum “e o que mais der para plantar”, como ela diz, num pequeno sítio na região. Para pagar medicamento, transporte e o aluguel da casinha na cidade, a família conta com ajuda do Bolsa Família.
Enquanto faz as fotos, Josefa encarna Graciane e, de quebra, aproveita para saciar uma necessidade que nutre desde a infância: “Sempre fui apaixonada por altura”, conta ela, que reúne as crianças na produção das brincadeiras. Segundo a mãe, todos ajudam.
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“Quando estou nessas fotos, subindo em algum lugar ou pulando, esqueço da vida, da doença. Esqueço de tudo. Eu amo altura e gosto de ir nos cantos mais altos, me pendurar e pular, de fazer gracinha em cima”, revela. As informações são do Jornal Extra.


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