Protesto, que aconteceu em SP, Rio, Brasília e em outras cidades, quer alertar contra o preconceito de culpar a vítima pelo abuso sexual
EstadoMovimento começou com o ‘Slut Walk’, no Canadá, e se espalhou pelo mundo
A passeata foi marcada pela irreverência de grande parte das
participantes, que desfilaram usando roupas íntimas e até mesmo nuas da
cintura para cima, com o corpo coberto por pinturas e palavras de ordem:
“Livre!”, “Liberdade” etc. Outras usavam roupas consideradas
provocantes.
O ato foi pacífico. Só no Rio, houve uma confusão entre os
manifestantes e a Guarda Municipal, que logo foi resolvida. Segurando
cartazes a favor do aborto e contra o machismo, cerca de mil
manifestantes marcharam na orla de Copacabana, segundo estimativa dos
organizadores. A PM estimou em 400.
De acordo com a historiadora Gabriela Alves, que auxiliou na
organização em São Paulo, o movimento não teve uma liderança
centralizada e os participantes foram mobilizados pelas redes sociais.
Mais de mil mulheres foram às ruas no Rio de Janeiro e em São
Paulo neste sábado para protestar contra a violência sexual e contra o
preconceito de culpar a vítima pelo abuso sexual. A segunda edição da
Marcha das Vadias também aconteceu em outras cidades: Brasília, Belo
Horizonte, Vitória, São Carlos (SP) e Sorocaba (SP). A manifestação tem
origem no “Slut Walk”, um protesto mundial que começou após um policial,
no Canadá, dizer que, para evitar estupros, as mulheres deveriam deixar
de se “vestir como vadias”.
Mesmo em minoria, era possível ver alguns homens no protesto.
Felipe Pessoa, pesquisador, disse que participou da marcha porque a
sociedade ainda tem valores machistas que são repressores até para o
homem. “O homem tem que ser o machão, o pegador, e o feminismo vem
libertar o homem desse modelo. Tanto a mulher deve ser respeitada e ter
liberdade quanto o homem, que pode ser delicado e ter sensibilidade”.
No Rio, as integrantes do movimento, usando pouca roupa e
maquiagem chamativa, cantavam slogans como “eu só quero é ser feliz,
andar tranqüilamente com a roupa que escolhi, e poder assegurar, de
burca ou de short, todos vão me respeitar” ou ainda “a nossa luta é por
respeito, mulher não é só bunda e peito”.
Uma das organizadoras da marcha no Rio, Jandira Queiroz,
disse à Agência Brasil que o objetivo dos protestos é chamar a atenção
nacional para “um fenômeno muito negativo na nossa sociedade, que é o
tamanho da violência sexual no país”.
Com Agência Brasil
Nenhum comentário: