Estupro Coletivo: Comissão do Senado vai a Queimadas visitar família das vítimas
A Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que
investiga a violência contra a mulher, visitou nesta quinta-feira (13) a
cidade de Queimadas. Na cidade, a comissão visitou familiares das cinco
mulheres vítimas de estupro coletivo seguido do assassinato de duas
delas. O crime, que aconteceu no início do ano, chocou o país. A
Comissão também ouviu, em audiência, representantes do Poder Judiciário,
Ministério Público, Delegacia e serviços da rede de atendimento local.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh),
Iraê Lucena, que acompanha a visita da CPMI no Estado, disse que, desde a
época do crime, as vítimas e familiares passaram a ser acompanhadas por
profissionais da Gerência Operacional de Enfrentamento à Violência
contra a Mulher. “Assim que a barbárie aconteceu, nós disponibilizamos
psicólogas, assistentes sociais e advogadas para acompanhar os
familiares e os processos judiciais”, comentou.
Nesta sexta-feira (14), as integrantes da CMPI participam de
audiência com o governador Ricardo Coutinho, no Palácio da Redenção. O
encontro será a portas fechadas. A comissão também visita a Delegacia da
Mulher de João Pessoa e o Juizado de Violência contra a Mulher.
Sobre a CPMI – Em funcionamento no Congresso
Nacional desde fevereiro, a comissão tem como objetivo investigar a
situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar denúncias de
omissão do poder público. Presidida pela deputada federal Jô Moraes
(PCdoB-MG), a CPMI tem em sua relatoria a senadora Ana Rita (PT-ES).
Números da violência contra a mulher
A Paraíba é o sétimo estado do País em
assassinatos de mulheres, segundo dados do Mapa da Violência (2012),
elaborado pelo Instituto Sangari/Ministério da Justiça. A taxa de
homicídios é de seis assassinatos para um grupo de 100 mil mulheres.
O primeiro colocado é o Espírito Santo (9,8) e o segundo Alagoas
(8,3). Vitória, no Espírito Santo, é a capital mais violenta com taxa de
13,2 mortes de mulheres por grupo de 100 mil.
Dados da Organização das
Nações Unidas (ONU) apontam que a violência doméstica é a principal
causa de lesões em mulheres de 15 a 44 anos no mundo. Segundo a relatora
da CPMI, senadora Ana Rita, (foto) o Brasil é o 7º país que mais mata
mulheres no mundo.
“Nos últimos 30 anos foram assassinadas
mais de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década”, afirma Ana Rita.
“O lar, doce lar não é mais seguro: 68,8% dos homicídios ocorrem dentro
de casa e são praticados pelos cônjuges”, diz a senadora.
A Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (SEDS/PB) revela
que ocorreram 80 assassinatos de mulheres no primeiro semestre de 2012.
Destes, 32% são relacionados à violência doméstica e sexual; 31% ao
envolvimento com drogas; e os demais relacionados a outras causas, como
latrocínio e vingança.
Pacto Nacional – A Paraíba também integra o Pacto
Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher com a participação
de 73 municípios. O Pacto tem o objetivo de combater a violência,
promover mudança cultural através de capacitação, cursos, oficinas,
campanhas e proteger os direitos das mulheres em situação de violência
com o foco nas questões raciais, étnicas, geracionais, orientação sexual
e de mulheres com deficiência na perspectiva da inclusão social e da
autonomia econômica.
Assessoria WSCOM Online
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