PT sai em defesa de tribo indígena que ameaça morte coletiva
Em nota divulgada no site, partido apoia decisão de nativos de resistirem à retirada de terras tradicionais
R7
Nesta
terça-feira (30), o PT publicou em seu site uma nota de apoio à decisão
do povo indígena Guarani-Kaiowá de resistir à possibilidade de ser
retirado de Pyelito Kue, lugar onde estão instalados, em Iguatemi, no
Mato Grosso do Sul, e que passa por processo de regularização fundiária
pelo governo federal.
Na nota, assinada pelo presidente
nacional do partido, Ruy Falcão, e por Renato Simões, secretário
nacional dos Movimentos Populares, o partido defende a luta dos nativos
como “legítima, que resiste a todo tipo de violência, como assassinatos,
suicídios, torturas, trabalho escravo e desnutrição”.
A área habitada por 170 integrantes da
etnia Guarani-Kaiowá é disputada há décadas por índios e fazendeiros. Em
setembro, o Tribunal Regional Federal da 3ª determinou a reintegração
de posse, com a retirada das famílias indígenas do local.
Os nativos resistem à ordem e divulgaram
carta, que teve grande repercussão na imprensa internacional, fazendo
menção à morte coletiva e informando que lutariam até o fim pelas terras
que, segundo eles, sempre pertenceram a seus antepassados. A hipótese
foi descartada pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
“É justo que a população indígena das etnias Guarani e Kaiowá – de 45 mil pessoas confinadas em pequenas áreas na região do Cone Sul do Estado de Mato Grosso do Sul – lute pela ocupação e pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais”, afirma o documento.
“É justo que a população indígena das etnias Guarani e Kaiowá – de 45 mil pessoas confinadas em pequenas áreas na região do Cone Sul do Estado de Mato Grosso do Sul – lute pela ocupação e pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais”, afirma o documento.
A nota informa que em 2008 a gestão do
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um trabalho para a
identificação e delimitação de terras guarani-kaiowá no Cone Sul de Mato
Grosso do Sul. E informa que em julho deste ano, uma assembleia dos
povos Kaiowá e Guarani estabeleceu com o governo federal novas datas
para a entrega e a aprovação dos estudos antropológicos dos territórios.
Por meio da nota, o PT diz estar
comprometido com a transformação das relações da sociedade e do Estado
brasileiro com os povos indígenas, “baseada no respeito à sua
autodeterminação e na demarcação de suas terras”. E conclui afirmando
estar solidário ao povo Guarani-Kaiowá na luta pela retomada das terras e
pela necessidade do cumprimento dos prazos acordados.
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