Começa julgamento; Morte de juíza Patrícia
Começa julgamento de PMs acusados da morte de juíza. A magistrada foi assassinada com 21 tiros na noite de 11 de agosto de 2011, enquanto chegava em casa, em Niterói
Foto de arquivo da juíza Patrícia Acioli, assassinada com
21 tiros quando chegava em sua casa em Piratininga, região de Niterói
(RJ)
(Frederico Rozario/Agência O Globo)
Com meia hora de atraso, começou por volta das 8h30m desta terça-feira o
julgamento de três policiais militares acusados de envolvimento na morte da juíza Patricia Lourival Acioli,
em agosto de 2011. Os cabos Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis
Falcão, além do soldado Júnior Cezar de Medeiros estão sendo julgados
pelo 3º Tribunal do Júri de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro.
Antes da escolha do corpo de jurados, o juiz Peterson Barroso Simão,
que preside o júri, pediu aos presentes um minuto de silêncio em
homenagem às vítimas da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A
previsão é que o julgamento dure três dias. Foram arroladas 19
testemunhas, sendo oito da acusação. Familiares da magistrada e dos réus
acompanham a audiência.
O primeiro dos 11 PMs acusados de envolvimento no crime foi condenado a
21 anos de prisão em 5 de dezembro do ano passado. Réu confesso, o cabo
Sérgio Costa Júnior foi condenado pelos crimes de formação de quadrilha
e homicídio qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e para
assegurar impunidade de outro crime). As penas iniciais somavam 33 anos e
seis meses de prisão (29 por homicídio e 4 anos e seis meses por
formação de quadrilha). Por confessar o crime e delatar comparsas, a
pena foi reduzida para 18 anos pelo homicídio e 3 por formação de
quadrilha. O juiz Peterson Barroso Simão também condenou Costa Júnior à
perda do cargo de policial e determinou que ele cumpra pena em cela
individual, que o Estado adote as medidas necessárias para garantir a
sua vida e que as armas do crime sejam destruídas pelo Exército.
Durante seu julgamento, Costa Júnior deu detalhes do motivo, do
planejamento e da prática do assassinato. Segundo ele, o que determinou o
crime foi a decretação, por Patricia, da prisão de seis PMs do Batalhão
de São Gonçalo - ele inclusive - no processo que investigava a morte de
Diego Beliene, de 18 anos. Outros dois PMs desse Batalhão já estavam
presos. O crime ocorreu em 3 de junho de 2011 em uma favela de São
Gonçalo. Inicialmente, o caso foi registrado na 74ª Delegacia de Polícia
(Alcântara) como auto de resistência (morte de suspeito em confronto
com a polícia), mas, após investigações, Patricia concluiu que o rapaz
havia sido executado.
A magistrada foi assassinada com 21 tiros na noite de 11 de agosto de
2011, enquanto chegava em casa, em Niterói. Ela era titular da 4ª Vara
Criminal de São Gonçalo, cidade vizinha a Niterói.
Os outros sete PMs acusados de participação na morte da juíza são
Cláudio Luiz
Silva de Oliveira, Daniel Santos Benitez Lopez, Charles
Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira, Carlos Adílio Maciel Santos,
Sammy dos Santos Quintanilha e Handerson Lents Henriques da Silva. Todos
aguardam julgamento presos. O tenente-coronel Cláudio de Oliveira era o
comandante do Batalhão de São Gonçalo na época da morte da juíza. Ele é
acusado de ser o mandante do crime.
(Com Estadão Conteúdo)
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