Dormir de 7 a 8 horas: Dieta mais saudável?
Dormir de 7 a 8 horas por dia tem relação com dieta mais saudável.Pessoas que dormem a quantidade de horas recomendada também mantêm uma dieta com maior variedade de nutrienteS.
De acordo com estudo, quem se alimenta melhor tem sono mais saudável
(Thinkstock)
Diversos estudos já demonstraram a relação entre o sono e a saúde.
Dormir poucas horas por noite, por exemplo, está associado a um risco
maior de obesidade e de doenças cardiovasculares
e psiquiátricas. Dormir demais, no entanto, também é considerado
prejudicial para o desenvolvimento físico e mental. Agora, um novo
estudo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisou uma
nova vertente dessa relação. Segundo a pesquisa, aquelas pessoas que
dormem a quantia recomendada de horas por noite (sete a oito horas) são
também aquelas que consomem a maior variedade de alimentos.
Para realizar o estudo, que será publicado no periódico Appetite,
os pesquisadores utilizaram dados de 2007 e 2008, provenientes da
Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (National Health and Nutrition
Examination Survey — NHANES), financiada pelo Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC). O levantamento inclui dados demográficos,
socioeconômicos, nutricionais e de saúde. Os 4.548 participantes foram
divididos em quatro grupos, de acordo com as horas de sono diárias:
“muito pouco” (menos de 5 horas), “pouco” (5 a 6 horas), “padrão” (7 a 8
horas) e “muito” (9 horas ou mais).
Quantidade e qualidade — Em relação à quantidade de
calorias (kcal) ingeridas, os dois grupos extremos — o que dormia nove
horas ou mais e o que dormia menos de cinco —, consumiram as menores
quantidades de calorias (1.926 kcal e 2.036kcal, respectivamente). O
grupo considerado normal ingeriu 2.151 kcal, enquanto aqueles que
dormiam pouco consumiram a maior quantidade, 2.201 kcal - de acordo com o
Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2006),
a ingestão média diária de calorias para um brasileiro saudável é de
2000 kcal. As pessoas com o sono de duração normal foram aquelas que
consumiram a maior variedade de alimentos, seguidas por quem dorme pouco
e por aqueles que dormem muito. A menor variedade de alimentos foi
ingerida pelos participantes que dormiam muito pouco.
Foram encontradas diferenças nutricionais entre os grupos, mas elas
eram guiadas por nutrientes-chaves. Pessoas que dormiam muito pouco
consumiam menos água, licopeno (encontrado em alimentos de cor vermelho
alaranjada) e carboidratos. Aqueles que dormiam pouco ingeriam menos
vitamina C, selênio (micronutriente de frutas secas e carne) e água, mas
consumiam mais luteína (caroteóide ligado à coloração amarelo-limão) e
zeaxantina (encontrada nos vegetais amarelos, alaranjados, vermelhos e
verdes). Já quem dormia mais ingeria menos teobromina (substância
encontrada no chocolate e no chá), ácido dodecanóico (um tipo de gordura
saturada), colina (nutriente que faz parte do complexo B de vitaminas) e
carboidratos, além de mais álcool.
Segundo Michael A. Grandner, integrante da equipe de pesquisadores, não
é possível, no entanto, inferir pelos resultados do estudo se é a
alimentação que influencia o sono, ou se é o sono que influencia as
escolhas nutricionais. “A principal descoberta é o fato de que as
pessoas que dormem de 7 a 8 horas têm a dieta mais saudável. Isso sugere
que quem se alimenta melhor provavelmente tem quantidades mais
saudáveis de sono”, afirma Grandner.
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