Onda de protestos cresce e leva mais de 250 mil brasileiros às ruas
Mais de 250 mil pessoas participaram de
protestos em várias cidades de
norte a sul do Brasil nesta segunda-feira (17). A onda de protestos, que
nas últimas semanas tinha como foco principal a redução de tarifas do
transporte coletivo, ganhou proporções maiores e passou a incluir gritos
de descontentamento com várias causas diferentes. Houve registro de
confrontos e violência em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, em Porto
Alegre e em Brasília, onde manifestantes invadiram o Congresso Nacional.
É a maior mobilização popular do Brasil desde os protestos pedindo o
impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello (hoje senador),
em 1992.
Na manifestação de São Paulo, que reuniu 65 mil pessoas
(segundo medição do instituto Datafolha) na zona oeste e na zona sul da
cidade, por exemplo, ouviam-se gritos de ordem contra a presidente
Dilma Rousseff (PT), contra o governador Geraldo Alckmin, faixas contra o
uso de dinheiro público nas obras da Copa, protestos contra a PEC 37
(proposta de mudança de legislação que tira o poder de investigação do
Ministério Público), contra corrupção, por educação melhor e redução do
custo de vida. "O povo unido jamais será vencido", entoava um coro de
milhares de manifestantes na avenida Faria Lima por volta das 20h. Por
volta das 22h30, um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo.
No Rio de Janeiro, onde, segundo estimativas da Coppe/UFRJ, 100 mil
pessoas participaram dos protestos,
houve confronto com policiais, que tentaram dispersar manifestantes com
o uso de bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes fizeram barricadas
com fogo. Houve depredação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Um carro foi incendiado por um grupo de manifestantes e explodiu.
Os protestos de São Paulo, em seu quinto dia, também mostraram que
houve a adesão de outros setores da sociedade. Não mais apenas
estudantes, ativistas e militantes políticos estavam nas ruas nesta
terça, mas houve relatos de pessoas que resolveram participar do
protesto atraídos pela divulgação e pelos comentários nas redes sociais.
Por exemplo, houve gente que levou a família participar dos atos em São Paulo.
O número de participantes em todas as manifestações, que ocorreram em
mais de 20 cidades, pode ser bem maior, pois em nem todas foi
oficialmente divulgado o total de público.
Multidão
Em algumas cidades, o protesto foi convocado "em solidariedade" às
vítimas da violência nos atos de quinta-feira passada (20) em São Paulo,
quando pessoas que não participavam dos protestos e até jornalistas
foram atingidos e feridos por disparos de balas de borrachas da tropa de
choque da PM.
Veja a estimativa de participantes em algumas das cidades em que houve protestos nesta segunda:
Rio de Janeiro – 100 mil
São Paulo – 65 mil
Belo Horizonte – 30 mil
Curitiba – 10.000
Belém – 10.000
Brasília – 5.000
Salvador – 5.000
Porto Alegre – 5.000
Maceió – 2.000
Santos (SP) – 1.000
UOL
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