Os vários cenários para Cunha em semana decisiva

22 outubro
Após seguidas demonstrações de força, Eduardo Cunha inicia esta semana acuado. Foto: Reprodução BBC
O acúmulo de documentos de que o peemedebista possui contas milionárias na Suíça parece ter tornado sua saída do cargo uma questão de tempo, mas tampouco pode ser descartada sua manutenção no cargo se houver um acordo com o governo ou outro tipo de composição política.
Por outro lado, há o risco de Cunha “cair atirando” e decidir aceitar um dos pedidos de abertura de processo de impeachment contra a petista – é o presidente da Câmara que tem a prerrogativa de decidir se os pedidos têm fundamento e podem ser avaliados pelos demais parlamentares.
Ele voltou a dizer nesta segunda-feira que não pretende renunciar ao comando da Casa, mas talvez essa seja a alternativa necessária para preservar seu mandato. Na semana passada, PSOL e Rede entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara que pode, no limite, resultar na sua cassação.
O que motivou as investigações?
Após ter seu nome citado por delatores da operação Lava Jato, o presidente da Câmara foi incluído pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, numa lista dezenas de políticos que deveriam ser investigados sob a suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Devido ao foro privilegiado, a solicitação foi feita ao STF (Supremo Tribunal Federal), que em março autorizou o início de um inquérito contra Cunha e outros parlamentares. Desde então, ele acusa Janot e o governo de persegui-lo.
O que levou ao início das investigações foi a acusação de que Cunha teria recebido US$ 5 milhões provenientes do esquema de corrupção da Petrobras – a informação surgiu em depoimento do empresário Julio Camargo, um dos que fechou acordo de delação premiada na Lava Jato.
Esse inquérito acabou gerando uma denúncia contra Cunha em julho – ou seja, a Procuradoria entendeu que há fortes indícios de crime e decidiu dar início a uma ação penal. Se a denúncia for aceita pelo STF, o que não há prazo para ocorrer, o deputado vira réu.
Outro delator, o Fernando Baiano, também afirmou depois que Cunha teria recebido os US$ 5 milhões e deu informações adicionais sobre a existência de contas na Suíça.

BBC

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