Guarabira completou 130 anos de emancipação política nesse domingo (26)

27 novembro
Guarabira é um município brasileiro do Estado da Paraíba. É a nona cidade mais populosa do Estado, segundo o IBGE, com aproximadamente 58 mil habitantes. Situa-se a 98 quilômetros da capital paraibana, João Pessoa; a 100 quilômetros de Campina Grande, a cidade mais populosa do interior paraibano; a 198 quilômetros da capital potiguar, Natal; e a menos de 250 quilômetros do Recife, a capital de Pernambuco.
É chamada de “Rainha do Brejo” pelo fato de ser a principal cidade-polo de uma região que se caracteriza pela regularidade de chuvas. Geograficamente, não está inserida na Microrregião do Brejo Paraibano por ter uma região própria que leva o seu nome, ou seja, a Microrregião de Guarabira, mas torna-se uma importante referência política e econômica na região do Brejo. Assim como a cidade de Sapé, que, próxima a Guarabira, faz parte oficialmente da Mesorregião da Mata Paraibana mas politicamente está inserida no Brejo. Ambas (Microrregião do Brejo e Microrregião de Guarabira) fazem parte da Mesorregião do Agreste Paraibano. É terra do cantor e celebridade da internet Ednaldo Pereira.
A Região Metropolitana de Guarabira foi criada pela lei complementar 101, de 12 de julho de 2011. Sua população total é de 250 665 habitantes. Para a religião católica, Nossa Senhora da Luz é a padroeira do município. Sua imagem original foi trazida de Portugal em 1755 pelo português Antônio Rodrigues da Costa, natural de Beiriz (Grande Porto) e um dos fundadores do município.
“Guarabira” provém do termo tupi Guiraobira, que designava o chefe da tribo catalogada pelo cartógrafo George Marcgraf, que mapeou as missões franciscanas na Paraíba durante expedições na região realizadas em 1620.
O topônimo, segundo o historiador Vanderley de Brito, pode ser traduzido como “pássaro azul”: Guirá (“pássaro”) e Obi(“azul ou verde”). A partícula “yra” designaria, conforme o estudioso, o clã ao qual pertencia o chefe.[7][8]
Em sentido diverso, o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende que “Guarabira” procede do tupi antigo gûaraembira, que designava o guaravira, um peixe da família dos gimnotídeos.[9]
Ocupação ameríndia
Por volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes originais, falantes de línguas macro-jês, para o interior do continente.[10]
No século XVI, quando os primeiros exploradores europeus chegaram à região, ela era habitada pela tribo tupi dos potiguares.[10]
Reinando, no século XVI, dom Felipe III, Duarte Gomes da Silveira teve notável influência nas remotas origens de Guarabira. Foi durante o domínio espanhol que ele iniciou, nas férteis caatingas em Quandus, perto de Araçagi, a pecuária e latifúndios. Nascera em Olinda, filho de pais portugueses (Pedro Alves da Silveira e Maria Gomes Bezerra).
Digno de relevo no fim das guerras dos potiguares, em 1578, veio, em missão de paz, da vila de Natal para Cupuoba e Quandus, aldeia de índios, o padre jesuíta Gaspar de Samperes. Ele viajara a pé para a pacificação potiguar, sem armas de espécie alguma, apenas revestido da couraça da fé, transformando os valentes rebeldes selvagens em ovelhas mansas e fiéis. O padre Gaspar, engenheiro arquiteto especialista em fortificações militares, era espanhol.
Tempos após, holandeses garimpeiros, sob as ordens de Elias Herckmans, procuravam minas no Rio Araçagi desta zona. Esse ocorrido se deu na segunda metade do século XVI, quando da criação da capitania da Paraíba e fundação do município de Nossa Senhora das Neves (a atual cidade de João Pessoa), em 1585.
Cruzeiro na subida para o Memorial Frei Damião
Em 1592, o governador da capitania, Feliciano Coelho de Carvalho, com a colaboração dos tabajaras, conseguiu, por diversas vezes, travar combates com os índios potiguares e seus aliados franceses localizados na Serra da Copaoba, atual Serra da Raiz. Nesse período, em virtude de seus trabalhos, Duarte Gomes recebeu o título de capitão-mor da Serra de Cupaoba.
Fundação do município
A fundação de Guarabira vem do ano de 1694, em terras do Engenho Morgado, pertencente a Duarte Gomes da Silveira. As primeiras residências edificadas dariam, mais tarde, origem à Vila da Independência (primeiro nome da cidade de Guarabira), que, em virtude de sua localização e da excelência de seu solo, tornou-se dona de grande prestígio e influência nas cercanias.
Em 1 de novembro de 1755, com um grande e devastador terremoto em Portugal, um senhor, por nome de José Rodrigues Gonçalves da Costa, tomado de pânico, fugiu de Póvoa de Varzim, na província de Porto, sua terra. Chegando em Guarabira com toda sua família, o senhor Costa Beiriz (como ficou conhecido) construiu uma capela colocando, nela, a imagem de Nossa Senhora da Luz que trouxera de Portugal.
Esta tornou-se a padroeira do município, embora o padre João Milanez já houvesse construído a primeira igreja do município, a capela de Nossa Senhora da Conceição, em 1730. Em 1760, começavam as primeiras orações e novenas à Virgem da Luz. A primeira casa de oração era de taipa, oficializando, nela, o padre Cosme.
Batalhas
Em 1820, tendo dom João VI jurado a Constituição Portuguesa, levantou-se um motim e, em sinal de protesto, muitos pegaram as armas. Os revoltosos reunidos em Cuitegi deste termo atacaram Alagoa Grande, avançando até Areia, onde morreu a questão.
Conquistas
Por força da lei de 29 de Novembro de 1832, foi constituído o Distrito de Paz; o povoado foi crescendo e, em 1837, foi elevado à condição de vila, com o nome de Independência, através da Lei Provincial 17, de 7 de abril de 1837, instalando-se efetivamente no dia 11 de novembro do mesmo ano. Vinte anos depois, no dia 10 de outubro de 1857, foi criada a comarca de Guarabira.
Catedral de Nossa Senhora da Luz
A comarca foi criada a 10 de outubro de 1857, um ano após extinta, e restaurada em 1870. Novamente extinta em 1871 e definitivamente restabelecida a 25 de julho desse mesmo ano.
Pela divisão territorial de 1938, o município contava com os distritos de Alagoinha, Araçaji, Cuitegi, Mulungu e Pirpirituba. Em 1951, foi criado o Distrito de Pilõezinhos. Esses distritos foram se emancipando e tornando-se municípios. Atualmente, temos os distritos de Cachoeira, Piripiri e Maciel.
Emancipação
Em 1874, deu-se a invasão dos “quebra-quilos”, havendo depredações. Pela lei 841, de 26 de novembro de 1887, finalmente foi elevada à categoria de cidade, considerada uma das maiores do estado.
O município de Guarabira tem um comércio muito dinâmico. Geograficamente, o município está localizado em uma região em que polariza mais de 30 cidades, todas tendo um forte vínculo com o município, que conta com grandes redes de lojas vindas da capital estadual, bem como de outros grandes centros do País. Visando a este fortalecimento do comércio, em 2011 uma grande exposição começou a fazer parte do calendário de negócios da região: a ExpoBrejo, que traz todas as tendências de negócios e a capacidade do comércio de Guarabira e região.
Outro fator importante em Guarabira é o setor de prestação de serviços, o que facilita a vida da população do brejo paraibano, conforme expresso no sloganː “em Guarabira, tudo se encontra”.
Segundo o escritor Ednaldo Alves (2007), a vocação de Guarabira para o comércio remonta desde o início do século XX, quando a proximidade da linha férrea disponibilizava o tráfego de pessoas, transporte de mercadorias e o escoamento da safra algodoeira. Relatos nos mostram que, até a década de 1930, depois da capital, era a cidade mais forte do estado, superando Campina Grande, que, somente duas décadas depois, ganharia pujança e liderança, alcançando um progresso assombroso.
Indústria
Além da economia baseada no comércio, o setor industrial tem apresentado grande desenvolvimento nos últimos anos. Com um Distrito Industrial (administrado pela CINEP-Companhia de Desenvolvimento da Paraíba) em fase de expansão, e com espaço e isenção fiscal para instalações de novas empresas. Podemos destacar as indústrias de: móveis de madeira (há um grande número de micromarcenarias em regime informal) e tubulares; indústria de aguardente das marcas Maribondo, Pinga do Norte e Jureminha; A Ráfia, indústria de sacos de nylon; fábrica de chuteiras e calçados de couro Rogério; quatro cerâmicas instaladas no Distrito de Cachoeira e no Conjunto Alda Pimentel, com a produção de filtros, telhas e tijolos; indústrias de pré-moldados; setor têxtil (as empresas âncoras são a Ricol, Vince e a Rotas, fabricantes de fardamentos militares); Aquavita, fundada em 2008 pelo Grupo Guaraves, figurando entre as mais conceituadas produtoras de ração animal do Brasil e sendo a 3ª maior do país, atendendo à região Nordeste; abatedouro industrial, com abate de 80 000 aves por dia; fábricas de massas Frei Damião e Pão de Mel; além das distribuidoras das principais bebidas do Brasil.
Construção Civil
Outro setor em franco desenvolvimento é o da construção civil, que vem apresentando grande expansão, sendo considerado o quarto maior da Paraíba, principalmente com a construção de prédios, sobretudo os de 3 a 9 andares.
Avicultura
A avicultura se destaca como a atividade econômica que mais cresceu nos últimos dez anos. A empresa Guaraves, com sede em Guarabira, é a maior do Nordeste, exportando seus produtos inclusive para a Ásia, África e Oriente Médio.
O município está localizado no Piemonte da Borborema, na microrregião que recebe o seu nome Microrregião de Guarabira. Com uma área de 149,50 quilômetros quadrados, o município ocupa o 115º lugar em extensão territorial no Estado e possui uma posição geográfica invejável, pois fica a apenas 98 quilômetros de distância de João Pessoa, 100 quilômetros de Campina Grande, 199 quilômetros do Recife, 145 quilômetros de Natal e a 230 quilômetros de Caruaru.
Guarabira limita-se ao norte com o município de Pirpirituba, ao sul com Mulungu e Alagoinha, a leste com Araçagi, a oeste com Pilõezinhos e Cuitegi.
A sede do município fica a 97 metros de altitude do nível do mar, tem sua posição geográfica determinada pelo paralelo 06° 51’17″ de latitude e 35° 29’24″ de longitude.
Turismo
A Festa da Luz, que ocorre todo mês de janeiro, traz milhares de pessoas de outras cidades estados, com atrações de renome nacional, com artistas da terra e espaços temáticos, como o Pilõezinhos e o Cuitegi, onde os participantes ficam da tarde até a noite se divertindo e comendo pratos típicos da região.
Estátua de Frei Damião
O turismo guarabirense se baseia, principalmente, no turismo religioso. O Santuário Memorial Frei Damião representa o ponto alto, propiciando, à cidade, um alto número de fiéis visitantes em todas as épocas, porém principalmente nas romarias: do último domingo de maio; no terceiro domingo de outubro a Romaria de Nossa Senhora Aparecida que foi instituída pelo então Reitor o Padre José Renato Ferreira de Oliveira; e a Romaria do terceiro domingo de Dezembro que celebra o aniversário da inauguração do Memorial que se deu a 19 de Dezembro de 2004. O memorial conta com um museu sobre o frade. No seu caminho, os visitantes ainda passam pela via-sacra e pelo Cruzeiro.
Destaque também para a imponente e secular Catedral de Nossa Senhora da Luz. Do alto de suas escadarias, mostra-se de uma beleza ímpar, sendo considerada o marco zero da cidade de Guarabira.
Há, na cidade, também, o Centro de Documentação e um Museu no centro da cidade, ambos estabelecidos em prédios históricos.
Também há, na Praça do Novo Milênio, o Monumento do Novo Milênio, que leva vários turistas a apreciar as suas formas modernas.
Inspirado nos caminhos de Santiago de Compostela, os Caminhos de Padre Ibiapina tentam resgatar os lugares em que o padre mestre passou durante suas peregrinações no Nordeste entre 1856 e 1863. Todas as rotas partem do memorial Frei Damião até o Santuário de Padre Ibiapina em Solânea, local onde o padre se encontra sepultado.

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