Dom Vidal pode se tornar primeiro Santo Paraibano

11 julho

 

A Paróquia Santuário Nossa Senhora da Conceição, da cidade de Pedras de Fogo, na Paraíba, celebra na próxima terça-feira (12) os 150 anos de sagração episcopal do paraibano Dom Vital, que pode se tornar o primeiro paraibano beatificado pela Igreja Católica, com o processo de beatificação e canonização já em andamento. Dom Vital nasceu em Pedras de Fogo no ano de 1844 e faleceu em Paris, na França, em 1878. 

Como parte da celebração da Paróquia, às 17h30, será inaugurada na entrada da cidade a primeira estátua de Dom Vital na Paraíba e, às 19h, o arcebispo dom Manoel Delson presidirá a Santa Missa no Santuário da Conceição.

O vice-postulador da Causa, o frade capuchinho Jociel Gomes, está agora em Roma finalizando a Positio do processo de Dom Vital, que será entregue às comissões dos bispos e cardeais e dos teólogos, para que, num breve tempo, o Papa possa declará-lo Venerável. Fiéis da Arquidiocese de Olinda e Recife aguardam com ansiedade o momento. Muitos visitam, frequentemente, a Basílica da Penha, no bairro de São José, no Recife, onde estão guardados os restos mortais de Dom Vital. 

Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira era capuchinho e foi o 20º bispo da então Diocese de Olinda. É um dos três nomes da Arquidiocese de Olinda e Recife que estão em processo de Beatificação e Canonização – os outros nomes são Dom Hélder Câmara e Frei Damião de Bozzano.  O processo foi aberto oficialmente em 1953 e, depois de um longo tempo estacionado, foi retomado em 1992. A Fase Diocesana foi encerrada em 2003 e a documentação enviada ao Vaticano. Em 2012, o arcebispo dom Fernando Saburido entregou a Causa à condução da Ordem dos Capuchinhos.

“Vejo o fato de os fiéis rezarem junto ao túmulo de Dom Vital, na Basílica da Penha, como mais uma prova de sua fama de santidade”, comentou o frei Jociel. “Dom Vital, no seu tempo, lutou contra as seitas secretas e as forças imperiais, e se tornou um grande defensor da nossa fé, apesar de ser um bispo tão jovem”, completou o capuchinho.

História
Nomeado bispo de Olinda, em 21 de maio de 1871, dom Vital viveu momentos difíceis em seu pastoreio. Travou uma luta contra o governo imperial, uma vez que encontrou na Diocese muitos padres maçons e confrarias governadas por maçons, situação proibida pelo Papa Pio IX, através da Bula Syllabus, em 1864. A proibição do Papa não foi aceita pelo imperador, já que muitos membros do governo, católicos e padres eram maçons. O bispo enfrentou Governo e Imprensa e mandou fechar em Pernambuco todas as irmandades religiosas que mantinham relações com membros da maçonaria.

Em resposta, o Visconde do Rio Branco, primeiro ministro e maçom, mandou prender o bispo e o condenou a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. Preso no Recife, foi levado para o Rio de Janeiro, chegando em 2 de janeiro de 1874. Permaneceu durante um ano e meio na fortaleza de São João, de onde saiu ao ser anistiado pelo Gabinete presidido por Caxias, o novo primeiro-ministro. Essa luta entre a Igreja e o Trono ficou conhecida como “Questão Religiosa”.
Ao ser solto, o bispo seguiu em viagem à Europa, iniciada por Bordeaux, passando por várias cidades francesas e italianas, até chegar a Roma, onde foi recebido pelo Papa Pio IX. Nos dois anos de vida que ainda teve, Dom Vital fez várias viagens pela Europa, permanecendo pouco tempo em sua Diocese.

Dom vital faleceu em Paris, França, no dia 4 de julho de 1878. Seus restos mortais foram trazidos para o Recife e colocadas na Basílica de Penha em 1881.

Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, O.F.M.Cap., nasceu em Pedras de Fogo -PB, 27 de novembro de 1844 e faleceu em Paris, 4 de julho de 1878.

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