Traficante morto pela polícia, ‘Dudu da Morte’, esquartejou outro preso no Roger

23 março

Condenado a mais de 18 anos de prisão, Dudu da Morte era considerado um preso de alta periculosidade. Ele era "temido pelos presos por ser agressivo, cruel e frio nas suas ações", segundo Seap.

 

Imagem: Reprodução/ Polícia Civil


Um dos traficates de alta periculosidade da Paraíba, Eduardo Ferreira dos Santos, conhecido como “Dudu da Morte”, esquartejou um detento dentro do Presídio do Roger, em João Pessoa. Ele foi morto em confronto com a Polícia Civil nesta segunda-feira (20).

O g1 procurou a Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap) para saber mais detalhes do esquartejamento, como por exemplo, que tipo de arma foi utilizada e como o detento teria tido acesso a essa arma. Apesar disso, até a publicação desta matéria, a reportagem não obteve retorno.

Segundo a Polícia Civil, Dudu da Morte já havia sido detectado pela justiça e pelas forças de segurança do estado há mais de 10 anos.

Ele era membro da facção “Okaida” e estava preso por homicídio e porte de arma. Antes da prisão, atuava como traficante com pontos de vendas de drogas nos bairros do Valentina e no Parque do Sol.

Depois de preso, surgiu indícios de sua participação nas mortes de apenados dentro do presídio. Dudu da Morte também liderou rebeliões e escavações de túnel no presídio do Roger. “É temido pelos presos por ser agressivo, cruel e frio nas suas ações”, classificou a Secretaria da Administração Penitenciária da Paraíba, em 2012.

Nesta mesma época, ele esteve entre os alvos da Operação Perseu III que transferiu vários detentos da Paraíba para o presídio federal de Mossoró (RN). A operação era um desdobramento de uma anterior, com o objetivo de desarticular ações de facções criminosas, narcotraficantes e homicidas, com ramificação interestadual.

A justiça determinou a transferência desses apenados por conta participação deles em motins, rebeliões, escavação de túneis e assassinatos dentro dos presídios.

Na época, o gerente executivo do Sistema Penitenciário (Gesipe), tenente coronel Arnaldo Sobrinho, afirmou que além do envolvimento em tráfico e facções, Dudu da Morte precisava ir para ir para outro presídio já que em constante contato com outros apenas, ele conseguia manter uma organização criminosa.

“Esse é um perfil de detento que não tem mais condição de convivência na Paraíba. São ações como a deste encarcerado que geram alto custo para o Estado. Um presídio federal funciona com custódia individual. Não há cela coletiva e possui um regime disciplinar diferenciado”, comentou o gerente executivo do Sistema Penitenciário, em 2012.

Morte em confronto com a polícia

Condenado a uma pena de mais de 18 anos de prisão, Dudu da Morte estava no regime semiaberto e era considerado foragido.

Na madrugada desta segunda-feira (20), foi encontrado em Alcantil, na região de Campina Grande e de acordo com a Polícia Civil, ao ver os policiais, ele teria resistido e atirado, tendo iniciado assim um confronto. Dudu da Morte foi atingido e não resistiu aos ferimentos.

Durante ação, os policiais apreenderam um fuzil calibre 762 e uma pistola calibre 9mm. O delegado Aldrovili Grisi informou que a Polícia Civil ainda está investigando a origem dessas armas, mas a tendência é de que elas tenham sido trazidas do Rio de Janeiro.

‘Braço direito’ do tráfico no Rio de Janeiro

Ainda conforme a Polícia Civil, Dudu da Morte quando estava foragido costumava viajar para o Rio de Janeiro, onde participava de uma espécie de “treinamento do crime organizado”. No seu último retorno à Paraíba, ele assumiu o posto de representante – em território paraibano – da facção criminosa que predomina no RJ.

Ele também é apontado como responsável por vários assassinatos ocorridos em janeiro deste ano em João Pessoa, durante guerras entre facções

“A partir daí, ele passou a ser ‘linha de frente’ na guerra entre facções em João Pessoa, no início deste ano, cometendo vários homicídios na capital do estado. A logística dele era cometer os crimes em João Pessoa e se refugiar em uma propriedade na zona rural de Alcantil. Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que até o momento esta é a desarticulação mais importante do ano para a Paraíba, no contexto de segurança pública”, disse o delegado Diego Beltrão.

FontePB com G1PB

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