Nota de R$ 1 chega a valer até R$ 100 para colecionadores
Aos 18 anos do Plano Real, a nota de R$ 1
já não é mais fabricada, é pouco vista em circulação, e começa a atrair
a atenção de colecionadores.
Em sites de leilão na internet, mesmo já
tendo sido utilizada uma cédula de R$ 1 é vendida por até R$ 20. As
cédulas mais raras, com menor tiragem e classificadas pelos
especialistas como "flor de estampa", chegam a valer R$ 100.
"Para ter um valor maior, a nota precisa
estar perfeita", afirma o diretor de divulgação da Sociedade
Numismática Brasileira, Hilton Lúcio. Segundo ele, as primeiras cédulas
são as mais valorizadas, já que as assinaturas de ministros e
presidentes do Banco Central (BC) foram mudando ao longo dos anos.
"Alguns elementos gráficos também foram introduzidos e isso acaba
diferenciando o valor de cada uma."
Nota de R$ 1 'traz sorte'
Segundo dados do Banco Central (BC),
ainda existem mais de 150 milhões de notas de R$ 1 em circulação. A
mística em torno da cédula é grande, e guardar uma nota dessas na
carteira virou até superstição.
"Essa nota aqui está sempre comigo. Não
passo ela para frente porque tem dado muita sorte", diz o auxiliar de
escritório Paulo Eduardo Matos.
Orgulhoso, ele conta que costuma
ostentar a cédula entre os amigos. "Já ofereceram R$ 50 por ela, mas o
valor é o que menos importa", afirma.
Frango, pão francês e dentadura eram 'garotos-propaganda'
No lançamento do Plano Real, o governo
lançou mão de três "garotos propagandas" inusitados: o frango, o pão
francês e a dentadura. O objetivo era mostrar o poder de compra da nova
moeda.
Em 1994, por exemplo, com uma nota de R$ 1 era possível comprar 1 quilo de carne de frango ou 10 pãezinhos.
A propaganda da carne de frango foi tão
grande que o consumo anual subiu de 14 kg por pessoa, em 1994, para 40
kg, em 2008, segundo dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Cédulas ainda estão valendo
As notas de R$ 1 pararam de ser
fabricadas em 2005, mas continuam valendo normalmente. As cédulas que
estão em circulação vêm sendo substituídas pela moeda de mesmo valor
pelo Banco Central.
Segundo o BC, as notas de baixo valor em
circulação duram em média 14 meses. No que depender dos colecionadores,
a de R$ 1 deve ser conservada por muito mais tempo.
"O prazo de conservação é ilimitado
quando armazenada de maneira adequada. Existem cédulas do final do
século 19 que estão em perfeito estado de conservação. Não pode tomar
sol, umidade, enfim. Eu guardo algumas em casa e espero que um dia elas
possam valer mais", diz o diretor de divulgação da Sociedade Numismática
Brasileira, Hilton Lúcio.
Real é uma moeda 'madura'
O real entrou em circulação no dia 1º de
julho de 1994, e nasceu com um objetivo nobre: recuperar a
credibilidade da moeda brasileira, convencendo a sociedade de que a
inflação poderia ser controlada.
"Para a nova geração talvez não seja
fácil perceber, mas com o Plano Real finalmente o Brasil tornou-se um
país normal, em que as pessoas não têm que se preocupar mais com o valor
do salário no final do mês", afirma o professor de Economia da PUC-SP,
Antônio Carlos Alves dos Santos. "[O Real] era uma plano de
estabilização econômica e essa função ele já cumpriu. Hoje, é uma moeda
madura."
Com UOL
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